sexta-feira, 17 de julho de 2009

Novo Buraco Negro Fora do Centro da Galáxia

Programa Pesquisa Brasil destaca comprovação da existência de buraco negro na galáxia M 94 feita por grupo brasileiro (The Sloan Digital Sky Survey - SDSS)



Agência Fapesp

A galáxia M 94, na constelação dos Cães Caçadores, há décadas instiga a curiosidade de astrônomos e astrofísicos. A região central da galáxia emite uma luz diferente da produzida pelas estrelas, mas muito intensa. Esse tipo de brilho costuma indicar a presença de um gigantesco buraco negro, mas até agora não havia sido encontrada a menor evidência dessa existência. Depois de quase três anos analisando imagens obtidas com um dos maiores telescópios ópticos em terra – o Gemini Norte, instalado nas montanhas de Mauna Kea, no Havaí –, o astrofísico brasileiro João Steiner finalmente obteve provas inequívocas de que a M 94 abriga de fato um buraco negro voraz, um dos mais próximos do Sistema Solar. Em entrevista ao programa de rádio Pesquisa Brasil do próximo fim de semana, Steiner, professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Astrofísica, detalha o método inovador que sua equipe usou para encontrar evidências do buraco negro. O Pesquisa Brasil vai ao ar todos os sábado às 11h da manhã e às 20h, e no domingo às 8h da manhã, pela rádio Eldorado AM (700 KHz) ou pelo site.


Reportagem do Prof. Dr. João Steiner (Diretor do Instituto de Estudos Avançados - IEA, da USP) sobre as mais novas descobertas da astronomia brasileira
Conhecido internacionalmente por ter coordenado a construção do telescópio SOAR (Southern Astrophysical Researche Telescope), localizado nos Andes chilenos, o astrofísico João Steiner revela a descoberta inédita de um buraco negro fora do centro da galáxia e discutiu com outros cientistas o futuro da astronomia e astrofísica brasileiras no programa Univesp TV, na última terça-feira (14/7), às 23h10, na TV Cultura. Steiner também explicou durante o programa as principais características dos buracos negros, desde as suas diferenças e o que se consegue visualizar pelos telescópios. ‘‘A gente não vê o buraco negro, nós vemos o efeito dele em sua vizinhança, nesse disco de matéria em torno dele, que é muito aquecido e por isso emite uma radiação. É isso o que conseguimos ver’’, explica. Se a ciência ainda não consegue explicar do que são compostos 96% do universo, já se sabe muita coisa sobre os buracos negros, as estrelas, os planetas, as galáxias e a velocidade com que o universo se expande. Inaugurado esse ano, o telescópio SOAR gera grande expectativa aos astrofísicos, que esperam ver surpresas nessa área repleta de tantos mistérios. Já sobre o início de sua carreira, Steiner revela: ‘‘Eu decidi fazer astrofísica porque estava fazendo graduação em física e como sempre achei que o maior laboratório do mundo é o universo, usá-lo como meu laboratório era um desafio muito grande, uma ideia muito boa’’. Ele também fala sobre a maior surpresa de sua carreira: “Eu acredito que a maior, desde que me tornei astrofísico, foi a descoberta da energia escura, algo totalmente inesperado’’, diz. O debate realizado, compõe a série de programas Cientistas do Brasil, apresentado por Ederson Granetto e mediado por Mônica Teixeira, da Univesp.
Univesp TV: canal di­gital, iniciativa da Se­cretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo, em parceria com a Funda­ção Padre Anchieta, Unesp, USP e Unicamp. (Grupo - TV Cultura)

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